Um dos pré-requisitos mais importantes para um projeto ser executado com perfeição é o planejamento. E com a reforma da sua casa
não deve ser diferente. A falta de planejamento é o que leva muita
gente a gastar mais dinheiro e tempo do que o previsto com a obra. Veja a seguir sete dicas para fazer um bom planejamento para a sua reforma.
1 Defina o escopo da reforma para evitar mudanças depois que a obra já começou
Sem saber o que você quer fazer, a reforma pode ser um fiasco. Parece algo óbvio, mas apenas com uma vaga ideia, muita gente já começa a comprar as tintas e outros materiais, sem ter definido quais cômodos do imóvel
serão reformados. Por isso, antes de qualquer coisa, é importante que
você reflita com calma sobre o que será feito, pesquisando referências e
colocando no papel os objetivos do projeto.
“Não determinar bem o que vai ser feito é o principal erro em
relação à reforma. A pessoa começa com uma pequena ideia e no meio
acontece aquela típica situação: ‘Já que estamos aqui, vamos quebrar
mais uma parede ou aumentar esse ambiente’. Quando a pessoa vê, ela já
saiu do planejamento inicial e é aí que o orçamento estoura”, comenta
Eduardo Murillo Garcia, proprietário da Acabamento Perfeito, empresa de
assessoria de reformas residenciais.
É importante, portanto, decidir questões como: se o piso será frio ou
quente, se será de madeira ou cerâmica ou se, com a reforma da cozinha,
será feita uma reformulação da estrutura elétrica para suportar um maior
gasto de energia.
2 Divida o projeto em etapas
Para facilitar o planejamento, é essencial que seja feito um
cronograma do projeto. “Em uma obra residencial é preciso definir as
etapas do projeto por cômodo. Por exemplo: primeiro o
quarto um, depois o quarto dois e por fim o banheiro. Em seguida, é
preciso discriminar tudo que será feito por cômodo. Isso ajuda na
preparação do orçamento do material e da mão de obra”, afirma Eduardo
Garcia.
3 Consulte um profissional
Tanto definir o escopo da reforma, como o cronograma da obra, são
questões que podem ser complexas para alguém que não tem experiência.
Por isso, se a reforma não for algo simples é altamente recomendável
consultar um engenheiro ou arquiteto para assessorá-lo.
Segundo um artigo
do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Arquitetura (IBDA), um
profissional contratado para projetar a obra pode cobrar entre 5% e 5%
do valor total da reforma.
Além de aprimorar o planejamento da obra, ajudando a definir custos,
prazos e execução, esses profissionais podem dar dicas ou orientações
que evitem que a reforma comprometa a estrutura do imóvel. Podem, ainda,
alertar o proprietário sobre mudanças que venham a desvalorizar o
imóvel posteriormente. Uma reforma que mude a planta do imóvel,
por exemplo, pode fazer sentido para o atual morador, mas pode gerar uma
perda de valor em uma futura venda.
Na Acabamento Perfeito, profissionais ajudam o cliente a planejar
a reforma do começo ao fim, estimando custos, prazos e indicando os
melhores preços de materiais e mão de obra. O custo fica entre 10% e 20%
do valor total da reforma.
Apesar de ser um custo a mais, o auxílio de profissionais evita
gastos desnecessários e pode compensar o investimento, uma vez que a
execução é feita da melhor forma possível.
4 Não compre nada antes de estabelecer exatamente o planejamento da reforma
De acordo com Eduardo Garcia, outro erro muito cometido por quem
faz reformas é comprar os materiais antes do tempo. “A pessoa vê uma
promoção de tinta e compra, mas a tinta só vai ser usada em seis meses e
aí falta verba para outra coisa mais urgente dentro do cronograma, o
que gera um descontrole financeiro”, afirma.
Segundo ele, não é raro que proprietários precisem esperar para
finalizar a obra por anteciparem a compra de material. “Uma vez, um
cliente queria pintar e rebaixar o teto de sua casa e quando me chamou
para fazer o orçamento, ele já tinha comprado os lustres e toda a parte
de iluminação. No fim das contas, quando calculamos os custos, ele não
tinha dinheiro e precisou esperar alguns meses para fazer a obra”, diz
Garcia.
5 Pesquise os custos dos materiais e da mão de obra
O planejamento da reforma deve incluir a pesquisa sobre os custos
com materiais e mão de obra. Além de contar com a ajuda de
profissionais, as buscas podem ser feitas em lojas de materiais de
construção ou pela internet.
O site Click Reforma,
por exemplo, faz a cotação da quantidade de materiais necessária
segundo as dimensões da superfície da obra, além de calcular o custo
médio de reformas hidráulicas, elétricas, de pinturas etc. de acordo com
a área a ser construída e o padrão da obra (alto, médio ou popular).
Segundo o proprietário da Acabamento Perfeito, mais do que não estimar
custos com materiais, os orçamentos são extrapolados quando os
proprietários subestimam os custos com mão de obra. “As pessoas sempre
subestimam os gastos com mão de obra. Elas acham que o pedreiro faz
tudo, mas depois percebem que o pedreiro só faz a parte bruta da obra.
Para instalar um novo piso é preciso um profissional especializado,
assim como para o encanamento etc.”, diz.
Ele explica que, para colocar um piso de porcelanato, por exemplo, o
custo da mão de obra é pelo menos 20% superior ao da instalação de um
piso cerâmico, porque no primeiro caso o profissional precisa ter uma
habilidade muito maior e usa ferramentas específicas para o corte do
material. “Quem não tem esse conhecimento acha que vai gastar um valor,
compra o material, mas quando contrata a mão de obra vê que o custo para
instalação é 50% maior”, afirma.
6 Avalie a capacidade de comprometimento da sua renda com a obra
Dependendo da reforma, ela pode custar o equivalente a um novo imóvel.
Por isso, se os gastos não forem planejados, você corre o risco de
precisar conviver com uma parede pela metade, ou com um piso inacabado.
Depois de definir, portanto, qual será o escopo da obra, o prazo e o
valor que será investido, é hora de pensar na sua capacidade de
comprometimento.
Segundo o consultor financeiro André Massaro, o ideal é que todas as
dívidas somadas nunca ultrapassem mais de um terço da renda mensal.
É importante que o proprietário faça uma análise da sua situação
financeira para verificar se a reforma, quando somada a outras eventuais
dívidas, não pesaria demais no seu orçamento mensal. "Se a pessoa já
estiver com uma dívida acima do patamar de um terço da renda, é melhor
tentar adiar a reforma", orienta Massaro.
7 Estude as formas de pagamento
Se houver a possibilidade de fazer o pagamento à vista, essa
sempre será a melhor opção, já que você poderá conseguir melhores
descontos e se livrará de um comprometimento futuro com a obra.
Caso o proprietário não tenha em mãos quantia
suficiente para realizar a reforma, vale a pena poupar o valor
necessário para fazer o pagamento em parcelas únicas depois, se for
possível esperar.
Mas, se a reforma precisar ser feita com urgência, existem empréstimos criados especificamente para este fim, ainda que as taxas deixem tudo mais caro.
Esses empréstimos geralmente têm taxas de juros mais altas do que as de financiamento de imóveis, por não terem a propriedade como garantia, mas podem ter taxas
mais baixas do que a de empréstimos pessoais sem fins específicos, que
têm riscos indefiníveis e, portanto, representam menor segurança para os
bancos.
Banco do Brasil, Caixa, Itaú e Bradesco possuem linhas de crédito
específicas para reformas e/ou para compra de materiais de construção.
Segundo Garcia, a Caixa costuma praticar as taxas mais baixos,
mas vale a pena fazer simulações dos custos com cada banco porque, de
acordo com o seu perfil de renda e nível de relacionamento com a
instituição, você pode conseguir condições mais vantajosas fora da Caixa.
Fonte: Exame.com
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